"Vivemos numa cultura em que a imagem é tudo e a substância é nada, onde um novo começo é muito mais atraente do que a longa execução de um projeto. Imagens são importantes, começos são importantes, porém uma imagem sem substância é uma ilusão. Um começo sem continuidade não passa de uma mentira"
Muito bom. Lembrei desse trecho que li há pouco e usei num trabalho:
ResponderExcluir"O indivíduo contemporâneo é em primeiro lugar um passageiro metropolitano: em permanente movimento, cada vez para mais longe, cada vez mais rápido. Esta crescente velocidade determinaria não só o olhar mas sobretudo o modo pelo qual a própria cidade, e todas as outras coisas, se apresentam a nós.
A velocidade provoca, para aquele que avança num veículo, um achatamento da paisagem. Quanto mais rápido o movimento, menos profundidade as coisas têm, mais chapadas ficam, como se estivessem contra um muro, contra uma tela. A cidade contemporânea corresponderia a este novo olhar. Os seus prédios e habitantes passariam pelo mesmo processo de superficialização, a paisagem urbana se confundindo com outdoors. O mundo se converte num cenário, os indivíduos em personagens. Cidade-cinema. Tudo é imagem."
[PEIXOTO, Nelson Brissac. “O olhar do estrangeiro”. In: O olhar. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 361.]